15 janeiro 2012

O Amor, segundo Luís Vaz de Camões





Luís Vaz de Camões


Considerado o poeta da nacionalidade, através da epopeia moderna Os Lusiadas, teve uma existência atribulada, atendendo ao pouco que dela se conhece.

Estudou em Coimbra, esteve em Ceuta e lutou na Índia, tendo entretanto perdido um olho, e, após o seu regresso a Lisboa, frequenta o Paço, mas vive com dificuldades, de uma pensão exígua, não vendo reconhecido o seu mérito.

Nascido em 1525, morre em 1580, após o que a sua reputação como grande poeta se firma e não cessa de aumentar, sobretudo depois da perda da independência, cujo sentimento a sua epopeia intensifica.

Cultivou também o teatro, mas afirma-se sobretudo na poesia lírica (Rimas), com grande variedade de géneros: sonetos, canções, eclógas, redondilhas, etc.

É o grande poeta do maneirismo português, pela filiação na tradição clássica à maneira renascentista, mas sensível ao conhecimento pela experiência que a época e as viagens lhe permitem.



Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões

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