06 fevereiro 2012

Uma pintura diferente - Quadros pintados por animais em exposição em Londres.




O Grande Museu de Zoologia da University College, em Londres, tem patente ao público uma exposição diferente e muito original. Os quadros expostos foram pintados por.... chimpanzés, elefantes e macacos!

Desta vez, os responsáveis pelo Grande Museu de Zoologia decidiram inverter as coisas. E, assim, em vez de organizarem uma exposição sobre animais, fizeram uma mostra de quadros em que os artistas são os próprios animais.

Os curadores do museu garantem que se trata de uma das primeiras exposições organizadas com o intuito de mostrar o "trabalho" elaborado por diversas espécies.

Na mostra, os visitantes podem apreciar a abordagem que os animais fazem do mundo que os rodeia. Por exemplo, os elefantes produzem imagens que se assemelham claramente a árvores e plantas, enquanto os macacos optam por uma abordagem mais abstracta.

Veja no vídeo a arte com que pintam.

Fonte: Jornal de Notícias (3.2.2012)






04 fevereiro 2012

Recursos - Art Attack

Neste site podemos encontrar um leque bastante diversificado e divertido de actividades e jogos.


Os Marretas estão de volta!

Sapo Coca, a Miss Piggy, o Urso Fozzie. o Gonzo e o Animal estão de volta aos cinemas, 11 anos depois. Como é bom recordar estas personagens que marcaram uma era!




O novo filme, a estrear em Fevereiro, conta com os actores Jason Segel, Amy Adams e Chris Cooper, e ainda com as participações especiais de Billy Crystal, Jean-Claude Van Damme e Lady Gaga, entre outros.





Sinopse:

De férias em Los Angeles, Walter, o maior fã dos Muppets em todo mundo e seus amigos Gary (Jason Segel) e Mary (Amy Adams) de Smalltown, EUA, descobrem um nefasto plano do explorador de petróleo Tex Richman (Chris Cooper) para destruir o teatro Muppet e perfurar um poço para extrair o petróleo descoberto recentemente sob o solo onde os Muppets se apresentavam. Para montar o The Greatest Muppet Tel...ethon Ever e arrecadar os US$ 10 milhões necessários para salvar o teatro, Walter, Mary e Gary ajudam Kermit a reunir os Muppets, que haviam tomado rumos diferentes: Fozzie agora atua com uma banda chamada Moopets, Miss Piggy é uma editora de moda extragrande da Vogue Paris, Animal está em uma clínica em Santa Barbara em tratamento de controle de raiva e Gonzo é um magnata dos encanamentos muito poderoso. 

No site oficial da Disney  podes encontrar inúmeras actividades e jogos relacionados com os Marretas.




03 fevereiro 2012

Faz hoje anos ... Bartolomeu Dias dobra o Cabo da Boa Esperança







Bartolomeu Dias, português de origens judaicas nascido em 1450 (pensa-se), conquistou o seu lugar na história de Portugal e do Mundo por ter sido o primeiro europeu a navegar para além do extremo sul do continente Europeu.

O navegador português, ao serviço de D. João II, Rei de Portugal, conseguiu assim “dobrar” o Cabo das Tormentas, local que a partir de então passaria a ser conhecido por Cabo da Boa Esperança numa clara alusão ao facto de este ser o ponto de partida para se alcançar o oceano Indico a partir do oceano Atlântico e a todas as possibilidades, económicas e expansionistas, que isto encerrava na época.

A Bartolomeu Dias foi-lhe encomendada esta importante missão acima de tudo porque era um homem com um nível de formação que garantiam ao monarca lusitano uma percentagem bastante grande de possível êxito. Bartolomeu Dias foi aluno de Matemática e Astronomia na Universidade de Lisboa e serviu na fortaleza de S. Jorge da Mina, referências que o habilitavam quer a determinar as coordenadas de um local, quer a enfrentar tempestades e calmarias como as que assolavam frequentemente o Golfo da Guiné.

Assim, em finais de Agosto de 1487, Bartolomeu Dias larga de Lisboa ao mando de três embarcações, duas caravelas e uma naveta, com rumo traçado em direcção Cabo das Tormentas com o objectivo de encontrar a tão ansiada passagem marítima para as Índias, afinal o propósito último que leva D. João II a empreender esta empresa.





A viagem, tal como Bartolomeu Dias teria oportunidade de relatar na primeira pessoa ao seu soberano, estaria cheia de sobressaltos e dificuldades, tornando a tarefa mais complicada do que se julgaria a princípio.
Finalmente, em 3 de Fevereiro de 1488, passados quase 6 meses desde a partida de Lisboa, a expedição alcança o seu objectivo. 



Conta-se que, antes do regresso a casa, Bartolomeu Dias, observando por última vez o famoso cabo que tinha conseguido “dobrar”, terá dito “Tormentoso, mas porquê, se a tormenta já lá vai? Assinalas o caminho para a Índia, por isso vou chamar-te da Boa Esperança…”.

Bartolomeu Dias tinha alcançado o feito necessário para que D. João II lhe endereçasse o convite para liderar a expedição mais lógica nestas circunstâncias: encontrar o caminho marítimo para a Índia. Mas esse convite nunca chegaria.

Primeiro porque o monarca pôs termo aos descobrimentos enquanto não se assegurou de que o atlântico viria a ser reconhecido por todos, especialmente pelos castelhanos, como um mar português, o que só viria a acontecer em 1494, quando os dois estados ibéricos assinaram o Tratado de Tordesilhas.

Finalmente, porque em 1495 D. João II viria a morrer e subiria ao trono D. Manuel I, monarca que em 1497 empreende de facto a busca pelas Índias mas que entrega o comando da expedição a Vasco da Gama. Bartolomeu Dias sai de Lisboa integrado na armada de Vasco da Gama, mas o seu destino não é a Índia, antes será São Jorge da Mina, local para onde D. Manuel I o destacara. Mais tarde regressará a Lisboa e em Março de 1500 está à frente de uma das naus da segunda armada portuguesa com rumo à Índia, liderada desta feita por Pedro Álvares Cabral. 

Bartolomeu Dias iria, finalmente, cumprir o seu grande sonho: navegar até ao oriente através do caminho que ele próprio ajudara a abrir. A expedição de Pedro Álvares Cabral viria, nesta viagem e de forma acidental, a descobrir as primeiras terras a que mais tarde dariam o nome de Brasil. Outro marco significativo da história portuguesa no qual Bartolomeu Dias esteve envolvido.

Depois dos primeiros contactos com os nativos das novas terras descobertas, os portugueses rumam novamente para a Índia, o seu destino original, no inicio de Maio de 1500. No dia 23 do mesmo mês avistariam o Cabo da Boa Esperança e por essa altura uma tempestade de proporções gigantescas destrói e afunda 4 naus da armada, entre elas a de Bartolomeu Dias. Ironia do destino, o navegador encontra a morte no mesmo local que anos antes o tinha levado à glória.




Fonte: http://www.historiadeportugal.info/bartolomeu-dias/


A propósito da epopeia dos Descobrimentos, Fernando Pessoa escreveu um poema muito bonito:


 Mar Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal 
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.




Um conjunto de recursos interessantes sobre a época dos Descobrimentos.




Onda de frio assola Europa

A vaga de frio já causou mais de duas centenas de mortos em vários países da Europa, sobretudo na Ucrânia, Polónia, Roménia e Rússia. As pessoas mais idosas e os sem-abrigo são aqueles que mais têm sofrido com as baixas temperaturas.

Há mais de uma semana que os termómetros chegam a marcar 30 graus Celsius negativos em várias regiões da Europa de Leste. As baixas temperaturas irão prolongar-se, pelo menos, durante o fim de semana, tendo já atingido os países mais ocidentais, incluindo Portugal. Também o Japão tem sido afectado pelo frio.

As imagens seguintes são tão belas quanto dramáticas, pela perda de vidas humanas que são sempre de lamentar.

Tóquio, Japão

Áustria
  
Bucareste, Roménia

Genebra, Suiça







Istambul, Turquia

Kiev, Ucrânia

Kiev, Ucrânbia

Milão, Itália

Moscovo, Rússia

Tóquio, Japão
Fonte:


Bom Fim de Semana!

Uma balada brasileira muito bonita, de Luan Santana, para iniciar bem o fim de semana. Bom fim de semana!




02 fevereiro 2012

Recursos - Planificações de Sólidos Geométricos










Recursos - GraffWriter

Uma ferramenta muito simples para criar Graffitis.


Recursos - Patterns of Infinity

Mais uma ferramenta interessante para criar módulos-padrão. Muito fácil e intuitiva!


Recursos - ToonDoo

Mais uma ferramenta muito interessante para criar cartoons, bandas desenhadas ...




Aqui fica também um tutorial para ajudar.



Faz hoje anos ... falecimento de Rosa Lobato Faria




Rosa Maria de Bettencourt Rodrigues Lobato de Faria, escritora, compositora e actriz, faleceu em Lisboa em 2 de Fevereiro de 2010. 

Nascida em Lisboa em 20 de Abril de 1932, assinou o argumento da sitcom "Humor de Perdição" e de séries e novelas como "Passerelle", "Nem o Pai Morre Nem a Gente Almoça" ou "Telhados de Vidro". Publicou, entre outros, romances como "Romance de Cordélia", "O Prenúncio das Águas", "A Trança de Inês", "A Flor do Sal" ou "A Estrela de Gonçalo Enes".

Escreveu, no Jornal de Letras, uma 'autobiografia'. Aqui fica Rosa Lobato de Faria na primeira pessoa.


Autobiografia 
     
Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias nunca aprendidas.

Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom.
Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores.

E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angustia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem).

Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal.

Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te, menina, que vais ser escritora.

Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eu coitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele molhávamos os pés e as almas.

Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves.
Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobre que ninguém tinha na vida real).

Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais.

Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito.

Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia que estava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo e me tornam mais disponível, mais alegre, mais nova).

Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens. Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou religião. É um progresso enorme.

Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, e sangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi.

Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante.

Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo.
Encontramo-nos no meu próximo romance.    


Deixo-vos aqui também 2 poemas da escritora:

De todas as palavras escolhi água,
porque lágrima, chuva, porque mar
porque saliva, bátega, nascente
porque rio, porque sede, porque fonte.
De todas as palavras escolhi dar.

De todas as palavras escolhi flor
porque terra, papoila, cor, semente
porque rosa, recado, porque pele
porque pétala, pólen, porque vento.
De todas as palavras escolhi mel.

De todas as palavras escolhi voz
porque cantiga, riso, porque amor
porque partilha, boca, porque nós
porque segredo, água, mel e flor.

E porque poesia e porque adeus
de todas as palavras escolhi dor.

Rosa Lobato de Faria

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SE EU MORRER DE MANHÃ


Se eu morrer de manhã
abre a janela devagar
e olha com rigor o dia que não tenho.

Não me lamentes. Eu não me entristeço:
ter tido a morte é mais do que mereço
se nem conheço a noite de que venho.

Deixa entrar pela casa um pouco de ar
e um pedaço de céu
- o único que sei.

Talvez um pássaro me estenda a asa
que não saber voar
foi sempre a minha lei.

Não busques o meu hálito no espelho.
Não chames o meu nome que eu não venho
e do mistério nada te direi.

Diz que não estou se alguém bater à porta.
Deixa que eu faça o meu papel de morta
pois não estar é da morte quanto sei.


Faz hoje anos ... nascimento de James Joyce



  

James Augustine Aloysius Joyce nasceu em 1882, em Dublin, na Irlanda. Em 1902, viaja para Paris para estudar medicina, mas abandona o curso para dedicar-se ao ensino da língua inglesa e à literatura. 

Com a morte da mãe, em 1903, regressa a Dublin. Muda-se depois para Zurique (Suíça) e, em seguida, para Trieste (parte do Império Austro-Húngaro, hoje Itália), onde dá aulas de inglês. Em 1906, vai para Roma, onde também trabalha como professor. 

Em 1907, publica o seu primeiro livro, Música de Câmara (poemas). Mas Joyce só alcança fama internacional em 1922, com a publicação de "Ulysses", citado habitualmente como um dos dois ou três maiores romances do século 20. Escrito entre 1914 e 1921, foi um marco da literatura moderna, pois narra com assombrosa precisão os eventos de um único dia: 16 de junho de 1904. 

Depois de viver 20 anos em Paris, quando os alemães invadem a França no início da II Guerra Mundial, refugia-se em Zurique, na Suiça, onde morre a 13 de Janeiro de 1941.

Uma das citações atribuídas a James Joyce "ilustra", um pouco, a cultura consumista da nossa época, também responsável pela crise actual -  "Tudo é caro de mais quando não é necessário."

Euro




O euro é actualmente a moeda única de 17 Estados-Membros da União Europeia, que em conjunto formam a zona euro. A introdução do euro, em 1 de Janeiro de 1999, representou um passo muito importante no processo da integração europeia e constitui também um dos seus maiores êxitos: cerca de 330 milhões de cidadãos da União Europeia utilizam-no actualmente como moeda e usufruem de vantagens que continuarão a aumentar à medida que outros países da União Europeia forem adoptando a moeda única.






O símbolo do Euro é da autoria de chefe da missão da União Europeia Jean-Pierre Malivoir, um Francês que o criou e desenhou.. 

O símbolo, possui algumas similaridades com os de outras unidades monetárias - o dólar, o yen e a libra esterlina. O Malivoir tentou incorporar estas parecenças entre todos os símbolos, e incorporou-as na letra grega épsilon de modo a criar um  "E" que representa toda a Europa. 

O símbolo do Euro foi inspirado na letra grega épsilon, lembrando tempos clássicos e o berço da civilização Europeia. As duas linhas paralelas indicam a estabilidade do euro.

A abreviatura oficial para o euro é EUR e foi registada na ISO (International Organization for Standardization). 





01 fevereiro 2012

Recursos - Smilebox

Um programa muito interessante e intuitivo e com imensas potencialidades. Dá para fazer cartões, convites, slideshows, scrapbooks ...




Recursos - Discovery Kids

Uma página com imensas actividades e recursos para todas as idades, nomeadamente para os mais jovens e para os alunos do Regime Educativo Especial.


Faz hoje anos ... assassinato do rei D. Carlos I

No dia 1 de Fevereiro de 1908, o rei português D. Carlos I e o príncipe herdeiro Luís Filipe são assassinados quando a sua carruagem passa pelo Terreiro do Paço, em Lisboa. 




Gravura representando o regicídio, por Rocha Martins. Nesta visão do acontecimento, o «landau» dá entrada na Rua do Arsenal, já com D. Carlos e D. Luiz Felipe tombados, enquanto Alfredo Costa (à direita, em primeiro plano) e Manuel Buiça (à esquerda, ao fundo, sofrendo uma espadeirada) são abatidos pela polícia e pela escolta que acompanhava o cortejo das carruagens. 01 FEV. 1908. - (Fundação Mário Soares) 
   



D.Carlos I

D. Luís Filipe

O rei D. Carlos I, sua mulher D. Amélia e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe regressaram de comboio de Vila Viçosa.  Quando a carruagem real estava perto da curva para a entrada da Rua do Arsenal, "um homem de barba preta [Manuel Buiça] com um grande gabão", vindo pela retaguarda e afastando as abas do capote, agarrou na carabina que transportava, apontou e descarregou o primeiro tiro, que acertou no pescoço de D. Carlos, matando-o. Apontou e descarregou de novo, atingindo desta feita o rei no ombro. Enquanto isto, vindo das arcadas, Alfredo Costa, armado com uma pistola, avança para a carruagem real. Subindo para o estribo, dispara quase à queima-roupa sobre o rei. D. Luís Filipe levanta-se, de revólver em punho, mas antes de poder disparar, Costa atinge-o no peito. A rainha, de pé, agita um ramo de flores, gritando "infames, infames!" 

Seguiu-se a confusão, com a polícia à espadeirada e a disparar em todas as direcções. D. Manuel diria mais tarde: "começou uma perfeita fuzilada, como n'uma batida às feras!" Ambos os regicidas cairam mortos. Eram cinco e meia da tarde. Também o transeunte João Sabino da Costa, ourives, foi morto pela escolta. A carruagem seguiu, a toda a velocidade, para o Arsenal da Marinha, onde o rei já entrou morto e o príncipe herdeiro agonizante, falecendo pouco depois. O Infante D. Manuel também estava ferido num braço, sem gravidade. 

Ainda hoje se desconhecem os contornos exactos da acção que levou à morte do rei e do príncipe herdeiro, avultando as conjecturas que pretendem implicar outros diversos participantes ou que entendem que o verdadeiro alvo do atentado seria o ditador João Franco. Mas o certo é que não foram encontrados até hoje os processos judiciais organizado após o regicídio, cuja instrução foi cometida pelo Paço, sucessivamente, a três juízes de Instrução Criminal, que prenderam numerosos "suspeitos" e lançaram múltiplas acusações. Sem qualquer resultado... 
Como afirmou o último chefe do governo da monarquia, Teixeira de Sousa, que ao tempo era director da Alfândega e tudo presenciou da janela do seu gabinete no Ministério da Fazenda, "Eu assisti ao desenrolar do regicídio e vi, inequivocamente, que os que haviam disparado contra a carruagem real haviam sido ali mortos. Os regicidas caíram no Terreiro do Paço."

A situação do país nas vésperas do regicídio era fortemente marcada pela ditadura do governo de João Franco e os seus "constantes atropelos à lei fundamental". É nesse contexto que muitas notícias da época revelam a frieza com que foi acolhida a morte do rei, abandonado pelos seus, ninguém parecendo especialmente comovido. "Os fidalgos, os pares do reino, os conselheiros, estavam todos enfiados em casa, a tremer de medo." O próprio funeral de Estado, cheio de pompa, decorreu friamente. Do outro lado "o clamor vitorioso de vindicta, que se ergueu do coração do Povo" (in História do Regimen Republicano em Portugal). Ou como se escrevia na Loja maçónica A Sementeira, uma semana após o regicídio, deplorando embora os acontecimentos daquele dia: "às cinco horas da tarde do dia 1 de Fevereiro corrente, desapareceu o passado". 

Com a morte do rei e do príncipe herdeiro, subiu ao trono o infante D. Manuel, trigésimo quinto e último rei de Portugal.


D, Manuel II
Alguns vídeos sobre o regicídio de 1908.










Um excerto da série da Rádio Televisão Portuguesa "O Dia do Regicídio".




Faz hoje anos ... A Portuguesa é tocada pela primeira vez em público.



A Portuguesa, hino nacional de Portugal, nasceu como uma canção patriótica em resposta ao ultimato inglês que exigia que Portugal abandonasse os territórios africanos compreendidos entre Angola e Moçambique, o denominado Mapa cor-de-rosa. Com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo KeilA Portuguesa é executada, pela primeira vez em público, a 1 de Fevereiro de 1890, num sarau lisboeta no Teatro São Carlos.


O hino, tal como a Bandeira, também mudou com a implantação da República, a 5 de Outubro de 1910. A sua escolha foi, no entanto, mais pacífica. Toda a gente aprovou a escolha de “ A Portuguesa “, que já existia e era cantada com fervor em homenagem ao povo português e à História de Portugal, no rescaldo emocional do Ultimatum feito por Inglaterra a Portugal em 11 de janeiro de 1890, facto que indignou a Nação e exaltou os mais altos valores patrióticos, e tornou-se a marcha dos revoltosos do 31 de janeiro. Certamente por esse motivo, foi proibida pelo regime monárquico. A revolução de 5 de outubro acabaria por recuperá-la. 

Sabias que a música original tinha mais duas partes que foram retiradas em 1957? Achava-se que ficava muito comprido e difícil de decorar.

Hino Nacional Português
Nome: "A Portuguesa" / Música: Alfredo Keil / Letra: Henrique Lopes de Mendonça
  
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

A música original tinha mais duas partes que foram retiradas em 1957. Achava-se que ficava muito comprido e difícil de decorar.

Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal do ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!





Alfredo Keil nasceu em Lisboa no dia 3 de Julho de 1850. Estudou no Colégio Britânico e desde pequeno mostrou ter muito talento para o desenho e para a música, tendo feito a primeira composição musical aos 12 anos. Quando terminou o liceu foi estudar Artes para a cidade de Nuremberga na Alemanha. Em 1870 regressou a Portugal. A par da actividade como pintor também se dedicou à música. 

Em 1890, o ultimato inglês inspirou Alfredo Keil que deu voz à indignação geral compondo "A Portuguesa". Henrique Lopes de Mendonça escreveu para esta música o poema Heróis do Mar, que se tornou popular em todo o país e veio a ser adoptada pela Assembleia Constituinte como hino nacional da República Portuguesa em 1911. Mas Alfredo Keil não chegou a saber porque morreu em Hamburgo a 4 de Outubro de 1907 onde tinha ido submeter-se a uma operação cirúrgica.




Henrique Lopes de Mendonça nasceu em Lisboa a 12 de Fevereiro de 1856 e foi professor, conferen-cista, dramaturgo, cronista e romancista português. Em 27 de Outubro de 1871 foi para a armada Portuguesa como aspirante da marinha onde depois foi promovido a Guarda – marinha e a capitão Mar - e - Guerra onde tempo depois se reformou.

Foi professor da cadeira de História da Escola de Belas-Artes de Lisboa e membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa onde em 1915 foi nomeado presidente. Em 1925 foi co-fundador da Sociedade Portuguesa de Autores. Mas o que mais o ligou à história de Portugal foi ter escrito em 1910 “A Portuguesa” com a música de Alfredo Keil que a República Portuguesa utilizou como Hino Nacional.

Henrique Lopes de Mendonça morreu a 24 de Agosto de 1931.